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  • Foto do escritorFrancisca Cruz

“Calma” e “Caos” de Carolina Deslandes deixam o Porto cheio de emoções

Atualizado: 18 de jan.

Carolina Deslandes subiu ao palco do Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota, na noite de quinta-feira, dia 7 de dezembro de 2023. É conhecida por contar ao país, através da música, as suas histórias de amor e desamor, ao mesmo tempo que luta em cada verso por um mundo mais justo para as mulheres. Esta noite não podia deixar de ser diferente. Depois de um concerto no Altice Arena, em Lisboa, chegou a vez do Porto, onde esgotou a maior sala de espetáculos da cidade invicta.


Carolina Deslandes esgotou o Super Bock Arena, no Porto | Foto Francisca Cruz

O barulho dos fãs fazia-se ouvir, enquanto aguardavam ansiosamente a presença da cantora em palco. Era notório a felicidade de cada pessoa por estar nesta grande sala de espetáculos. Esta viagem pelo “Caos” e a “Calma” de Carolina Deslandes, começou com um vídeo a ser exibido num grande ecrã instalado no palco, onde Carolina Deslandes aparece ao lado de várias mulheres, em que passam várias mensagens entre elas o desespero, a angústia e a raiva. De forma inesperada entra a cantora em palco e posiciona-se com as mãos na cabeça e escuta-se a música “Raiva”. Assim começa esta aventura musical.

"Raiva" foi a canção que abriu o espetáculo | Foto Francisca Cruz

As primeiras músicas tocadas neste concerto fazem parte do álbum “Caos”, editado no início de 2023, este é o quarto disco de originais de Carolina Deslandes e é também um convite para conhecer o “caos” da sua vida nestes últimos três anos. A energia de uma sala cheia, onde se sentia, a dor, o sonho e a magia escuta-se “Vai lá” e “Precipícios”. A cantora dividiu o concerto por capítulos e antes de terminar o primeiro aproveita para agradecer ao público presente por terem esgotado a maior sala de espetáculos da sua "cidade favorita", o Porto. "Hoje, quando estava no meio camarim, a olhar para o espelho e a convencer-me que merecia estar aqui e que não havia razão para entrar em pânico, eu lembrei-me de uma coisa que me tem acompanhado nos últimos tempos da minha vida e que é: estão sempre a impingir-nos o síndrome do sonho seguinte, trabalhamos muito para uma coisa e, no dia em que estamos a fazê-la, estamos a pensar na próxima ou estamos a boicotar-nos", confessou a cantora, conhecida por passar as suas mensagens inspiracionais.

Carolina Deslandes cantou também "Calma" e "Paz" | Foto Francisca Cruz "Só nos lembramos do quão bonito foi quando passou não sei quanto tempo e voltamos atrás e temos de nos lembrar. E Porto, eu estou a amar esta noite antes que ela seja uma memória. Estou a amar agora. Estou a ser feliz aqui e agora, quero ser feliz aqui e agora. A minha missão com este concerto é que toda a gente que está aqui sentada saia daqui mais feliz, mais acompanhada. A música não é sobre números, é sobre alento, é sobre amor. Nunca se esqueçam disto e muito obrigada por estarem aqui", agradeceu a artista. As milhares de pessoas que assistiam ao espetáculo aplaudiram todo o seu discurso. Volta-se a escutar a voz de Carolina Deslandes a cantar e, desta vez, vem o “Conta-me” e, de seguida, “Paz”. Com uma plateia repleta de emoções e onde cantam todas as canções em coro, a viagem pelos álbuns da cantora prossegue-se com a canção "Adeus Amor Adeus", do álbum "Casa" de 2018. Fecha-se um capítulo e abre-se um novo, agora entramos na “Calma” de Deslandes, como a própria diz onde “toca música feliz”. A primeira música desta nova parte a entoar no Super Bock Arena chama-se “Canção de Amor” e a seguir toca “Borboletas”. Todo este capítulo é dedicado à segunda parte do seu quarto álbum de originais, intitulado como “Calma”, que espelha a sua autenticidade, numa mistura de sentimentos e emoções.


A artista dividiu o concerto por capítulos, o primeiro foi o "Caos" e o segundo foi a "Calma" | Foto Francisca Cruz

A artista recordou a canção que a lançou para o mundo da música: “Antes desta canção não tinha editora, não tinha concertos marcados”. A cantora refere-se a “Vida Toda”, com Diogo Clemente, que por motivos de agenda não pôde estar presente, mas Carolina não deixou de o homenagear e agradecer. “O Diogo acreditou em mim”. A cantora vestiu uma camisola com o apelido de Diogo Clemente de forma a dedicar-lhe parte deste segmento do concerto. A música lançada em 2018 permanece como uma das preferidas dos fãs e, no palco da Super Bock Arena, tornou-se um dos momentos mais emblemáticos de conexão entre a plateia e a artista.




A jornada pelas canções de uma das maiores artistas nacionais e uma inspiração para milhares de jovens continua com "Brincar De Ser Feliz", de seguida "A Vida Toda Pt. 2", feita com Diogo Clemente. As emoções persistiram ao som de "Nuvem", uma composição dedicada ao avô falecido, e "Avião de Papel", que é uma colaboração com Rui Veloso. Mais para a parte final do concerto, Carolina Deslandes trouxe ao palco diversos convidados, sendo o primeiro o jovem cantor madeirense, Van Zee, que se juntou à cantora para interpretar "À Tua Porta". “É muito difícil nascer mulher e não gostar de cor de rosa, de laços na cabeça, não ser delicada, às vezes ser a pessoa que fala mais alto e que ri mais alto numa sala, ter opinião e ter vontade.” Foi assim que Deslandes introduziu umas das suas canções dedicada ao público feminino, a “Saia da Carolina”. “Demoramos muito tempo até descobrirmos que nós não temos que corresponder a caixa nenhuma. Nós temos que ser livres, exercer o nosso direito à liberdade. Irmos atrás daquilo que nos completa, que nos concretiza. E todas as mulheres que estão aqui hoje, sim, principalmente as mulheres, abracem-se e amem-se”. À medida que Carolina falava, a plateia aplaudia o seu discurso, demonstrando seu apoio e agrado à mensagem de empoderamento feminino. “Eu demorei tanto tempo a chegar aqui. E ainda bem que esta canção é ouvida por miúdas tão pequeninas. Porque é só isto, já está na altura. Está na altura de nós termos os nossos direitos e de usufruirmos deles. É só isto”, sublinhou a artista. É neste momento que começa a música e o público levanta-se da cadeira e vibra ao som da “Saia da Carolina”.


O poder da palavra de Carolina


Depois deste momento que deixou o Porto "aos saltos", foi a hora de “Por Um Triz”, canção que deixou o Super Bock Arena todo iluminado. Logo em seguida, Bárbara Tinoco subiu ao palco para "Coisas No Silêncio", seguida por "Anjos", com a participação de Diogo Piçarra, e "Mountains", acompanhada por Agir.



Carolina partilhou o palco com vários artistas. Entre eles Van Zee, Barbara Tinoco, Diogo Piçarra e Agir | Foto Francisca Cruz

O concerto estava quase a terminar, mas a artista ainda teve tempo de brincar com a plateia. “Vou sair, vocês pedem 'só mais uma' porque ainda temos coisas para cantar aqui no papel”, referindo-se ao alinhamento. Após este momento de descontração Carolina Deslandes entrou no meio da multidão para cantar “Trauma Do Abandono” e foi percorrendo os corredores da sala até chegar ao palco. Despediu-se do Porto com as duas últimas canções que estavam no alinhamento, “Eco”, onde todas as pessoas que enchiam a sala levantaram um papel onde estava escrito: “do silêncio fizeste um grito” e, por fim, o adeus foi ao som de “Não me Importo”, que mais uma vez a plateia "saltou das cadeiras" e dançou.




E foi assim que o Porto vibrou com Carolina Deslandes, no Super Bock Arena. Numa noite fria e chuvosa, a artista conseguiu aquecer os corações de quem a escuta, deixando todos mais felizes, tal como pediu no início do concerto. Sem medo das emoções, é a prova que é acarinhada pelos portuenses e não só. No fim do concerto, fica a certeza que o Porto viveu uma noite única e que ficará marcada na vida de todos que foram escutar todas as histórias e canções de Carolina Deslandes.

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